sábado, 27 de março de 2010

O meu dia sem você tem 48 horas.

Eu estive andando por aí, e pensei em você. Para falar a verdade eu pensei em nós dois. Pensei no quanto fomos felizes e acreditamos que tudo aquilo que sentíamos seria para sempre. Mas pelo visto o "pra
sempre" acabou, né? Aqui estamos nós, sem saber o que fazer, sem saber qual o caminho pegar. Eu realmente não sei em que espaço do tempo nos perdemos. Quem deixou o "amor" se acabar? Quem permitiu
essa tamanha crueldade? Era você que eu queria do meu lado até os fins dos meus dias. A cama que deveria ser nossa sente muito a sua falta, viu? Os nossos filhos que ainda não nasceram,também. A sua ausência
é sentida em cada canto da casa, na minha alma e principalmente no futuro que deveria ter sido, mas não foi. Não foi,não porque eu não quis ou por falta de coragem minha. Nada disso! Eu sempre quis,e muito, eu só não sabia como fazer. Eu tive medo, sabia? Tive medo de me perder, estando com você. Medo de não saber mais quem eu era ou quem fui. Mas desde que você saiu da minha,eu nunca mais me encontrei. É tudo bem pior sem você. Eu que achava que era pretensão da sua parte,me dizer o que era certo e bom para mim... Agora eu olho ao meu redor e não consigo enxergar ninguém que conheça minha alma tão bem quanto você.
Deve ser porque ela também era sua. Só agora eu pude perceber que foi quando eu estava contigo, que o meu "eu" era verdadeiro. Agora não, eu estou quase acreditando que a minha vida se transformou
numa sobre vida. Pra falar a verdade, eu tenho certeza disso. Agora eu preciso ir,vou ocupar meu dia com o trabalho que não me acrescenta nada,nunca. Em pensar que eu já cheguei a encher minha vida
de amor, agora eu a encho de cafeína. É, é isso aí.


terça-feira, 23 de março de 2010

Desarmando-se

E depois de tudo aquilo que viveu,resolveu proteger seu coração. Passou a usar escudos e privou-se de qualquer emoção. Mas numa noite fria e sem graça,deixou-se envolver por um nobre e escroto cavalheiro, que aproveitou de um breve descuido seu e num diálogo empolgante conseguiu desarmá-la com tamanha facilidade,como se a conhecesse há séculos. Conseguiu torná-la mais uma vez vulnerável. Ela não conseguia evitar a novidade que no fundo já conhecia bem. Então com tamanho pragmatismo ele conseguiu ultrapassar as barreiras do seu coração.Ela que sempre se guiou, tava se deixando levar em direção a uma espécie de trampolim. Seu coração estava batendo mais forte a cada momento. Resolveu chamar aquilo que sentia de ansiedade,porque não via a hora de pular daquele trampolim e mergulhar num mar de novas sensações. Mas no fundo sabia que era bem mais que aquilo, que era impossível uma ansiedade lhe fazer tão bem e tão feliz,no fundo e no superficial ela sabia muito bem que era mesmo paixão.

Verbo Tratar

Tratando de vestir o meu melhor sorriso
Tratando de estudar
Tratanto de saber o que é a vida
Tratando de aprender a amar

Tratando de trilhar um caminho
Tratando de não ir sozinho
Tratando de seguir em frente
Tratando de ser mais contente

Tratando de sonhar
Tratando de realizar
Tratando de me despentear
Tratando de duvidar

Tratando de tirar os pés do chão
Tratando de pôr em ação
Tratando de seguir a canção
Tratando de não viver em vão

Tratando de me vestir
Tratando de me despir
Tratando de não apenas existir.

Diariamente



[...] Logo assim que acordei, meio sonolenta ainda, pude ter certeza que sonhos não terminam necessariamente em finais felizes.Que muitos deles acabam se tornando pesadelos. Após me recuperar do medo que insistia em permanecer no meu peito de que aquilo nunca teria fim, um doce anjo sussurrou alguma canção em meus ouvidos. Me dei conta de que a madrugada enfim havia acabado. Abri a janela do quarto,deixei que a luz do sol penetrasse em meus olhos e que os cantos dos pássaros enobrecessem minha alma. Sim, permiti que um novo e lindo dia voltasse a brilhar para mim."

domingo, 14 de março de 2010

Foi você.

Enfim, parece que você saiu de vez da minha vida. E agora ela segue adiante, pacata e sem sal, talvez. Eu não te sinto mais dentro de mim, mas a sua ausência está presente em todos os lugares, em cada canto da sala, na página de amigos que você não se encontra online. Foi como você falou que ia ser, é como se você nunca tivesse existido, é como se tudo fosse uma ilusão. É nisso que eu prefiro acreditar. Que você nunca passou de um sonho, uma mera projeção. E agora eu estou completamente sem você, mas não me sinto completa. Até arrisco uns passos a sós, visto um singelo sorriso, e já se tornou fácil desejar bom dia e ouvir os cantos dos pássaros. Voltei a viver, a sobreviver, quem sabe. Agora é assim, troquei algumas lágrimas velhas, tive que reaprender a atravessar a rua, sem a sua mão.Não há mais razão para escutar a tua voz que insiste em não sair do meu subconsciente,aprendi a não ter medo de errar, aprendi a esquecer de te perguntar onde eu devo pisar.É, acho que aprendia me amar.

Um retrado transformado em palavras

        São apenas duas décadas de intensa movimentação dentro de mim. Mas meu coração está pior que estação de trem: gente entrando, gente saindo. O mundo está tão tecnologicamente modificado e eu não consegui ainda transformar meu coração num jatinho com lugar exclusivo para uma pessoa que vai levá-lo sempre ás nuvens. Eu não consigo entender, não pode ser tão difícil encontrar alguém que puxe o freio de mão do meu coração. Alguém que queira compartilhar seus passos comigo, que queira assistir algum filme idiota e rir sem pensar. Alguém que esteja em sintonia, que me deixe fotografá-lo só para eternizar os momentos. Só para por sua foto na cabeceira da minha cama e olhá-la antes de dormir, poder dar um sorriso e me sentir "completa". Enquanto esse dia não chega, pego a minha caneca de leite, sento em frente ao computador, na ânsia de que alguma pessoa me arranque sorrisos e por um  breve momento preencha o vazio que no meu peito tanto sufoca.






Esteira

O que representaria uma esteira?! [...]
Hoje eu passei a tarde refletindo sobre a vida,
Preferencialmente a minha.
A impressão que eu tive é que há meses que eu corro,
Corro, corro e não saio do mesmo lugar.
E é nisso que eu resumiria minha vida, nesses
Últimos meses: numa esteira.
E lá vem a questão...
- Qual é o final da esteira?!
(Eu não quero aceitar a idéia da minha vida permanecer no mesmo lugar!).
 Eu não posso deixar que meus sonhos se percam pelo simples fato de eu ter ligado meu caminho à uma outra estrada, que não se sabe nem aonde vai dá. - E se for um beco sem saída?! Ou um precipício?!
Qual vai ser o preço pra eu pagar pra ver?! E se me custar caro?! E se não valer a pena?!
O problema é que eu cansei. Cansei de ta pagando pra ver, de está dando murro em ponta de faca!
E se de repente eu parar?! A esteira vai continuar andando e vai me levar pra frente... Eu irei continuar na dúvida de aonde chegar! Mas se eu resolver ver o pôr do sol, no calçadão, caminhar lentamente, em paz comigo mesma e com a certeza de que eu vou chegar a algum lugar??! Um lugar só meu. É, acho que é isso que eu quero, trilhar o meu próprio caminho.

O fim é sinônimo de recomeço?

    Existem milhares de dúvidas sobre o universo e eu não sei sequer a diferença entre a Coca Cola e a Pepsi. A única certeza que tenho é que a minha arte é o meu medo. Eu tenho medo de me perder entre uma oração e outra. Entre um coração e outro. Tenho medo de virar um passado remoto, na vida de alguém, o que é pior na minha própria vida. Todo amor encontra sempre a solidão. Aos poucos vou me acostumado o ciclo natural das coisas: início, meio e fim. E tudo sempre termina do mesmo jeito: acabando. Eu tento. Juro! Mas é difícil me acostumar com a lógica desses sentidos. É difícil ter que começar algo, sabendo que um dia irá acabar. Por isso que antes do fim eu me dissolvo por completo. Só que de tantos fins, a minha alma aos poucos perde a cor. E ela, só e exclusivamente ela me sobra ao final. Uma alma descolorida e incerta. Como uma moça que ao fim de uma festa, depois de uma enorme decepção, carrega os sapatos nas mãos, a maquiagem borrada e os olhos inchados de tanto chorar e mesmo assim tem que decidir em alguns minutos qual o caminho seguir. É injusto, mas é inevitável. A vida segue, ela tem que seguir. Você não pode parar. Você pode seguir adiante carregando o passado nas costas, o que vai tornar a caminha mais lenta e cansativa. Pode também abandoná-lo de vez, o que a torna mais rápida, porém vazia. Mas acontece que o tempo não para para que você se reconstrua, se reivente, por isso, mesmo com tantas dúvidas é preciso que você ao menos se compreenda em tudo, caso contrário você vai ser seu pior inimigo.

terça-feira, 2 de março de 2010

Confissões de uma mal amada?

    Já dizia Neruda: é tão difícil as pessoas razoáveis se tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis. Talvez esse falta de razoabilidade tenha me feito dar preferência a poesia. Gosto da intensidade, gosto de eternizar a intensidade. Nas minhas poesias, os fins são sempre intensos. Na prosa não, é cansativo. Na maioria das vezes os fins são esperados, sem sal e útopicos demais. A realidade é bem diferente. O mocinho e a mocinha nem sempre ficam junto no final. Pra ser mais realista, eles nunca ficam junto no final. Por isso que me falta estima pela prosa. Gosto do real, do concreto. A minha poesia me transmite isso. Gosto dos sentimentos intensos, mas todo sentimento é fugaz, acredite. O tempo é capaz de varrê-lo. Então pra quê perder tempo? A intensidade me faz sentir viva, me faz entrar em contato com a minha alma, faz com quê ela esteja muito mais presente, muito mais livre.
     Num certo momento você encontra seu par ideal, o homem dos seus sonhos, é tudo perfeito, vocês fazem planos e resolvem se casar. Casam, passam dois anos com a vida sexual intensamente ativa, depois do quarto ano, você tem muito mais dor de cabeça e cansaço do que desejo. A vida caí na rotina, seu companheiro passa a ser algo comum. E o comum cansa. Vocês passam a ter mais dias infelizes que felizes. O tédio toma conta da sua vida. Com 30 anos de casamento, a consciência pesa. Porra, irei jogar 30 anos construídos fora e começar do zero? O que as pessoas irão pensar? Daí você resolve empurrar com a barriga e esperar a morte chegar. E antes de dormir, você vai lembrar que só conheceu uma forma de amar. 
     Particularmente  não quero isso pra minha vida. Não quero basear minha vida numa rotina. Eu não posso me acomodar. Quero tá sempre com um plano B, quero ser livre, pertencer apenas a mim mesma, quero ser como um marinheiro, ter um amor em cada porto e amar de todas as maneiras.Quero ter decisões exclusivas, quero paz.Solidão é coisa pra quem não tem amor próprio.Por isso irei ocupar os vazios da minha casa com livros,objetivos e fotos de viagens. Já me acostumei com a idéia de comer macarrão instâtaneo em pleno reiveillon, assistindo um filme água com açúcar. Quero ter o poder sobre mim mesma,sobre minhas ações. Quero só a mim, isso me basta.

Jamais permitirei novamente

      Certo dia por tolice ou pura utopia, resolvi emprestar a chave do meu apartamento para um certo alguém. Por um tempo, ele conseguiu se adaptar ao modo em que os meus móveis, objetos estavam colocados. Até que foi se acomodando. Ele passou algumas semanas sem lavar os pratos, sem varrer a casa e seis meses sem forrar a cama que havia desforrado. Até que lhe deu na telha que era chegada a sua hora de partir e saiu do meu apartamento deixando tudo bagunçado. Perdi até o controle por ter permitido alguém fazer isso com o lugar que eu mais gostava, não conseguia por as coisas do jeito que estavam antes, cheguei a chamá-lo novamente, porque se ele havia desarrumado tudo, saberia o jeito exato de arrumar. Mas não, ele se negou. Resolvi então organizar tudo sozinha, sempre fui auto-suficiente e não seria agora que iria desaprender a ser. Não poderia me adaptar aquela situação!Levei meses tentando organizar tudo, cerca de 6. Foi duro mas hoje o meu apartamento está do jeito que eu sempre gostei, a minha cara, tudo em seu devido lugar! E as cópias das chaves? Joguei todas fora! Só tenho a principal e essa me pertence única e exclusivamente.