terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O menino

         
Você me ensinou a sofrer. Obrigada. – Engraçado isso, né? Agradecer a alguém que me ensinou a sofrer. Eu aprendi a sofrer, por você. E quem estiver lendo essas linhas agora, deve imaginar que você é alguma espécie de monstro. Mas não, não. Você passa longe disso.  Como pode alguém que me ajudou a me tornar mais humana, ser um monstro? Pois pra mim, na verdade, és um anjo. É uma pena apenas, não me pertencer. Você me ensinou que eu tava me perdendo da maneira errada.  Disse que eu não precisava ir muito longe para me perder. Precisava apenas criar coragem para abri mão de toda superfície belíssima que eu havia criado de mim mesma e mergulhar no abismo que existia dentro de mim.  Você me mostrou que eu precisava conhecer minhas feiúras e aceitá-las, porque aí sim, eu poderia ser de fato bonita. Que ironia. Onde já viu, um menino achar que as pessoas só são bonitas, quando também são feias. Quanta grandeza. E por algum motivo, talvez tenha sido por me encantar com o seu sorriso, que eu resolvi aceitar o seu conselho. Olha só, a senhorita vaidade e egocêntrismo puro, aceitando o conselho de alguém que ela julga apenas um menino. Resolvi me perder dentro de mim mesma. E quanta coisa feia eu encontrei! Como ficarão os alicerces lindos que construir sobre a minha imagem? E todas aquelas qualidades, aonde elas foram parar? Cadê a mulher bem resolvida e equilibrada que eu sempre julgava ser? O menino me contou, que mesmo confusa, a menina ainda era muito mais bonita. Porque os humanos mesmo cheios de defeitos, ainda sim, são lindos. E lindo mesmo, e verdadeiro mesmo, não era a gente idealizar e conviver com algo que julgávamos perfeito. Porque perfeição é tolice, ou melhor, perfeição é a gente conseguir conviver bem com que não nos convém. Porque atingir a perfeição é sinônimo de alcançar a sabedoria. E para ser sincera, aprendemos muito mais com os nossos defeitos e erros. E eu que não me permitia nunca errar, hoje me permito aprender. O menino agora deve está feliz ao saber disso, deve sorri também, porque ele também tem ego, e gosta de massageá-lo de vez em quando, mas ele não tem vergonha de admitir isso. E isso me envergonha. Porque mesmo menino, e mesmo julgando-o como tal, a minha mulher se perde diante da grandeza dele. Obrigada menino.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lousa Vazia



             E então ele veio. Demorou mas veio. E desde que eu o conheci, dei para achar que eu deveras merecia ser feliz. E o que é mais engraçado, eu que sempre tive um ego aguçado, comecei a acreditar que ele sim, era merecedor de mim. E vice e versa. Depois que o encontrei, descobri a real origem do vazio existencial que vez ou outra me atormentava. Percebi o que realmente me fazia falta. Você andou fazendo saudade, garoto. Passou muito tempo rondando minha imaginação, dando dicas, mostrando o semblante, mas nunca se identificava. E isso acabava comigo. Como saber se era apenas uma projeção de quem sempre soube o que quis, ou um sinal para te identificar? Até que o destino cansou de me fazer de palhaça e me levou até você. Tudo milimetricamente armado para te encontrar, e se algo, por mais mínimo que fosse, tivesse dado errado, não estaríamos no mesmo barco agora.  E isso é o que mais me impressiona, o que  me faz ter alguma certeza.
          Quando te vi hesitei por algum momento, e nem sequer passou pela minha cabeça, que você era você. Tive que romper com as barreiras do preconceito, de que todo homem bonito era babaca. Até te conhecer. Engraçado é que eu fiz isso tudo por uma força maior, que no momento eu chamo de intuição. Nesse exato momento, passei a entender o verdadeiro significado da frase que a Bernadi tanto cantava: “É Deus escrevendo certos por nossas linhas, que se não fossem tortas, jamais teriam se cruzado.” Mas o que você não sabe rapaz, é que durante esse tempo, eu tive que abri mão de muita coisa, apenas porque alguma voz gritava no meu ouvido “ Tem calma, o que é melhor ainda estar por vir.” E esse sentimento, me fez permanecer obediente. Esperar nunca foi uma virtude minha, mas por você eu fiz isso. Porque o melhor é você, rapaz. Mantive o coração limpo e esvaziado na ânsia de te conhecer. Mantive por tanto tempo, que o abandono provocou a criação de larvas nele, e agora cabe a você, menino, seguir o conselho do Abreu, e transformar as larvas do meu coração em borboletas no meu estômago. Por fim, o único desejo do momento agora, é que você resolva ficar.

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quase me aconteceu você.

      No meio de tudo, dessa correria, desses encontros e desencontros, dessas contas para pagar, desses quase amores e desamores, dessas ligações constantes da minha chefe pedindo que eu adiante o trabalho. No meio dessa selva toda, me acontece você.
        E eu que já estava acostumada com essa vida insossa, ás vezes até amarga. E eu que estava me acostumando com mentiras e promessas, apenas para me sentir viva. E eu que já estava achando comum beijar diferentes bocas, no curto espaço de tempo. Que já nem ligava se meu coração batia ou não. Daí , me acontece você. Me acontece a sua dança, tentando ritmar a minha. Me acontece esse teu jeito meio desligado, meio desinteressado e interessado mutuamente. Mas me acontece essa dúvida: - Será que vale a pena?
      E eu tento voltar a me ocupar com as coisas rotineiras, só que elas agora me parecem ser mais vazias do que antes. E nesse vazio de significado de coisas, nessa ausência de sentindo algum, você me vem na cabeça.
E novamente a dúvida: - Será que vale mesmo a pena?
       Você me vem doce, me faz acreditar no doce, no que outrora eu não acreditava mais. E eu sinto um choque nesse meu coração, que acaba quase o despertando, e que antes, bem antes só tinha como função bombear o sangue pro resto do meu corpo. Você ter acontecido,  fez meu coração bater mais rápido, meu estômago embrulhar. Me fez voltar a sentir falta de algo, de alguém, de você.
     E eu me pego pensando, se esse anseio, se essa vontade, se essa carência é recíproca também. E de repente, bate um medo, um sutil desespero. - E se não for? Se não for, deixará de valer a pena? Não. Não é o medo de quebrar a cara. Até porque eu não tenha nem mais o que quebrar. Talvez eu não queira saber se valerá ou não a pena. Porque  há algum tempo, desde que você me aconteceu, que os dias estão mais azuis. E eu que sempre temi o quase, agora, por você, estou me conformando com ele. Até porque, é melhor a gente achar que quase pode dar certo, de que quase é verdade que você também sente. Do que ter certeza, que não. Que você não quer, que é criar expectativa demais, e que a vida tá uma correria só, e o que foi bom, mas já passou, como tudo também vai passar. Que pessoas singulares são exceções, e eu não passo de uma regra. Daí, essa certeza tomando o lugar do quase, vai me fazer acreditar que o céu não é tão azul quanto deveria ser, que sentimentos nobres são coisas de “novelas das oito”, e que eu tenho que parar com essa mania boba, de não querer acreditar que só preciso de mim mesma para ser feliz. E eu, como de costume, repetirei agora o velho clichê: vou preencher minha vida, com essas coisas que não me acrescentam nada, nunca. Mas que pelo menos ocupam minha mente. E o coração? Deixarei ele guardado na esperança de que "o quase" um dia se transforme em realidade, e quem sabe, na possibilidade dessa realidade se guiar pelo teu olhar.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A gente foi quase isso.






A gente quase deu certo
A gente quase se amou
A gente foi quase ao inferno
A gente quase voltou

A gente quase culpou Deus
A gente quase se arrependeu
A gente quase disse a adeus
A gente quase se esqueceu

E esse quase é um inferno, que
A minh’alma ignorou
Porque quando eu penso no que é certo
Eu quase nunca deixo de lado
Que você foi minha única paixão
Porque a incerteza corrói a sanidade
Tanto quanto o medo da solidão.


sábado, 4 de junho de 2011

Só pra constar, que...

    Eu queria poder dizer que não. Que não senti tua falta esses dias. Que a minha vida continuou a mesma com toda essa sua ausência. Mas eu estaria mentindo. Depois dessa sua saída à francesa do meu coração, eu fiquei introspectiva demais, ansiosa, perdida, nem parecia a menina que há umas semanas atrás, achava graça em qualquer coisa. Preciso te contar um segredo: eu não tenho medo do amor. Como eu havia dito antes.
Eu tenho medo de amar você, de todo esse amor que eu guardo pra você, porque temo que você não retribua à altura. Sabe, eu não pedi para gostar de você, o amor é criança com vontade própria, birrenta, ele nasce quando bem entende. Não fui eu que pedi para acontecer.  Acontece que eu preciso de você, mais de alma, do que de corpo. E se você resolver ir, por favor, me leve contigo. Eu tenho medo que você se torne um fantasma no meu coração. Só isso. 


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Fato social.




O que eu preciso é de um bom rock, uma dose de café forte e paciência para concluir meus trabalhos pendentes. E a paixão? Onde fica nessa história?  - Ah, esse agora não, tou sem tempo pra essas coisas banais e fugazes (grita minha cética razão). O trabalho nada me acrescenta, mas também nada me tira. Deve ser por isso que dou um valor imenso a essas coisas da sociedade, às vezes penso que todas essas atividades inventadas nada mais são do que uma maneira de se proteger desses sentimentos criados por deuses, que só confudem a cabeça de um pobre mortal. Daí, resolvemos nos tornar tecnicistas, preocupados em manter o vapor do progresso social, afim de pertencer a algo, afim de não pertencer à ninguém. É nisso que ultimamente tenho baseado minha vida, ao tudo e ao nada. Ás vezes ando meio estranha, mas pra ser sincera, não tenho exatamente um porquê. Minha mente se movimenta numa velocidade tão incrível, que dá a impressão que estou preste a enlouquecer. Mas eu não tenho do que reclamar, essas atividades mantém a minha mente ocupada, tão ocupada, que não há tempo sequer para notar qualquer vazio que esteja presente em alguma parte do meu ser. Não me falta nada. Mas me falta alguém. Mas e quem liga? É triste. Mas quem vai ligar? No final do mês o que me resta são faturas de cartões, contas pra pagar,e um coração vazio, que mesmo com o barulho caótico do trânsito, ele ainda tenta gritar.



sábado, 21 de maio de 2011

Tentando justificar algo.

        Que você fique. E obrigada por não ter partido de vez. A culpa é minha, sabe... Não quero justificar toda essa minha ausência na tua vida, nem nada. Só quero dizer, que sim, eu gosto muito, adoro ter você ao meu lado, adoro esse teu jeito excêntrico, o teu perfume, o jeito como você brinca e fala comigo, adoro essa tua intensidade. Gosto tanto, que tenho medo de gostar demais. Daí, me guardo, faço charminho, digo que não, me afasto e me mantenho indiferente. Nem é por mal, talvez seja até inconsciente. Um escorpião não pensa nas conseqüências que seu veneno pode causar em alguém, e assim sou eu. Particularmente, te acho um cara fantástico, divertido, inteligente, atraente, te admiro bastante, viu? Tenho sorte por você permanecer na minha vida. Era de você que eu sentia falta quando me sentia sozinha no meu próprio universo singular. Além dessa necessidade constante que eu sinto de mim mesma, no fundo também sinto de você, porque você sabe bem como é ser assim. Lembrei das horas que a gente passava no telefone, cara, você não sabe o quanto significou para mim naquele tempo... E o quanto ainda significa. Você foi o amor mais amigo que me aconteceu. Olha, eu nem sei o porquê de está dizendo tudo isso agora. É que de repente me deu uma vontade, uma vontade que vem de dentro, sabe? Uma necessidade que a minha “pseudo-auto-suficiência” insiste em negar, mas que a minha pele grita por um sim. Então, sei lá aonde iremos chegar, e nessa altura do campeonato nem faço questão de saber.  Nem me importa se não formos muito longe, mas se estiver comigo, tenho certeza que além de agradável será demasiadamente divertido. E isso no momento me basta. Talvez você me baste. É isso.





sábado, 23 de abril de 2011

Um BIS por uma segunda SENSAÇÃO

     Sabe, às vezes a gente não é capaz de aproveitar a sorte que tem, às vezes sequer nem a percebe. Talvez este tenha sido o seu caso, e o meu também. Não estou aqui para dizer que sou melhor que fulaninha ou cicraninha, mas cara, olha bem nos fundos dos meus olhos, olha bem para os contornos do meu corpo, o tamanho da minha mão, a forma como eu falo, ajo, brinco, beijo, penso, amasso, tudo isso se encaixa perfeitamente em você. Eu sei, vai demorar algum tempo e algumas mulheres para que você se dê conta disso, vai demorar a admitir que tudo que eu tenho dito é a verdade e que você também concorda com cada oração.Você está no direito de querer viver toda a sua liberdade, afinal, a falta de idade assusta também. O tempo vai passar, e talvez tudo que eu esteja dizendo seja clichê, mas daqui á algum tempo, pode demorar ou ser instantâneo, eu vou me transformar na mulherzinha de um outro rapaz, vou chamá-lo de amor,  e talvez até olhe para ele da mesma forma como olhava para você , vou colocá-lo no colo e fazer cafuné, vou falar sobre meus planos, política ou alguma piada nova que eu descobri, talvez chegue até dividir a mesma cama, o mesmo lençol, o mesmo espaço e o pior: o coração quem um dia já foi teu. E daí, pode ser que você se arrependa, pode ser que sinta ciúmes e até chore, mas daí, bem daí, vai ser irreversível. Afinal, se poucas pessoas têm a sorte de viver um grande amor uma única vez, quem dirá duas vezes! Cuidado, eu posso resolver ir e não mais voltar, e você meu bem ainda é criança, e eu sei que vai chorar.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cantando o amor.

     Eu prometi não mais cantar sobre o amor. Prometi ser feliz mesmo sozinha. E eu deveras era, até perceber que estava me apaixonando por você. Há um tempo atrás eu havia amaldiçoado o destino, quando vi casamento dos meus pais chegando ao fim como uma festa que não valia muito a pena, eles destruíram seus próprios corações, daí passei então a desacreditar do amor. Mas eu vi você, baby. E no fundo dos meus olhos você ficou preso. Não há como fugir, ou como negar o que eu estou sentindo. Eu me deixei apaixonar por você, e hoje você anda fazendo saudade em mim. A minha racionalidade, me fez acreditar que o amor dura apenas um breve espaço de tempo. E que mesmo com o fim dele, precisamos ser fortes e seguros. Mas eu não sei se seria capaz de agir, baby. Por isso sempre me mantivesse distante das pessoas, principalmente do amor. Me encarreguei  de cuidar do meu coração, mantendo-o sempre limpo e vazio. Mas de repente, eu me vejo precisando de você, me vejo tendo vontade de permitir sua estadia no meu coração pequeno e vazio. Eu sei, você está longe, pode ser que não dure muito, pode ser que não nos vejamos mais, pode ser que você resolva parti sem me deixar sinal algum. E eu continuaria a te esperar, querido. Porque você agora mora nos meus olhos. Eu posso está enganada, mas acredito que por você valheria a pena amar, mesmo sabendo que pode ser um sonho ingênuo, por você eu abriria uma exceção. 


sexta-feira, 1 de abril de 2011

A paixão é uma droga

   A paixão é uma droga, cara. E eu afirmo isso em todos os sentidos pejorativo que possam existir. A primeira sensação é maravilhosa,claro. No primeiro momento você se sente no céu, tem uma forte impressão que não precisa mais de nada, e aquilo te basta momentâneamente. Você fica com cara de babaca, ansiedade, falta de apetite, esquece até dos amigos, mas afinal, quem precisa dos amigos quando se tem o “amor”? Ou melhor: A pessoa a quem se ama?  O tempo passa e esse sentimento vai se dissolvendo... É como o efeito da heroína, você jamais volta a sentir a mesma sensação inicial. E isso começa a te perturbar, você precisa de mais, aquela situação não está bastando, o sexo só te deixa aliviado por alguns minutos, e logo após ele a sensação de vazio volta. O que fazer? Aonde está o problema? Em quem? Com certeza deve ser no companheiro (a). Chegamos então na fase das dúvidas. Depois das dúvidas, a cobrança. Depois das cobranças, o desgasto. Depois disso, o fim. Descobre-se então que o melhor caminho é seguir sem o “traficante” (aquela pessoa que te proporcionou a paixão). Por um momento você acredita que isso não vai ser tão difícil assim, até que depois se dá conta do quanto você ainda é dependente e volta a desejar enlouquecidamente aquela primeira sensação. E essa fase eu chamo de abstinência. Onde você acha que só precisa de mais uma dose, só mais uma vez, a última. Mas é preciso saber a diferença entre a “última dose” e as “últimas doses”. Até que então, é perceptível que é preciso dar um basta naquilo. As primeiras semanas são as mais difíceis, você não sabe como fazer e tem que reaprender a andar, os meses passam e rotina normal e insossa já ocupam a mente. Depois de muitas noites em claro, choros por qualquer música idiota que toque na rua, ou qualquer gíria que te faça lembrar a pessoa desgraçada, de feridas cicatrizadas. Depois de tanta perturbação você percebe que está limpo. Até que um novo ciclo se inicia.



Por fim, eu só temo pelas pessoas que por azar ou sorte do destino encontraram uma “substância” das boas. A dependência não correspondida não deve ser nada legal, hein? Mas são coisas da vida, quando as pessoas perceberem que amor  vai além da paixão, o sofrimento vai passar a ser algo opcional.






Volta Logo, amor.

      E o mundo que antes para mim era pequeno, hoje dia tem uma vastidão extraordinária. Há alguns meses atrás nada de muito interessante acontecia na minha vida, relacionamentos sempre comuns e previsíveis, até que no domingo de carnaval, meus olhos mergulharam na imensidão dos teus imensos olhos azuis. No último lugar onde eu imaginaria encontrar alguém que fizesse meu coração bater forte e lentamente ao mesmo tempo, eu te encontrei. Cara, eu passei a vida toda imaginando alguém exatamente como você, e quando eu tive a oportunidade de te encontrar, só tive a chance de passar algumas horas nos teus braços.  Quanta injustiça! Mas o nosso encontro pode ser tudo menos fugaz. Seria fugaz se eu não me lembrasse mais do teu nome, ou do gosto do teu beijo, mas não, há semanas que eu não te tiro da cabeça, e eu que sempre mantive uma distância considerada segura das pessoas, hoje tenho imposta pelas circunstancias e os continentes a única pessoa que eu não gostaria que estivesse distante de mim. Ultimamente eu termino meus dias assim: sentada, olhando o mar, e imaginando que por pura ironia do destino a minha felicidade se encontra além do horizonte. E por maior que seja a quantidade de léguas a nos separar, eu ainda consigo sentir o teu coração palpitando perto do meu. Por fim, eu conto ansiosamente pelas horas e segundos, para te ter novamente no hemisfério sul do mundo. Volta logo, amor.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Recordar é viver.

      Teu amor foi arrancado do meu peito sem anestesia alguma e a dor foi tão grande, que no momento eu nem sequer senti. Quando eu resolvi te expulsar de vez da vida, não fiz isso por maldade. Fiz na ânsia de você implorar, chorar, gritar que não conseguiria seguir sem mim. Algo que me fizesse acreditar que a gente ainda tinha conserto, que você ainda me amava. Mas não, você nem sequer hesitou. Se levantou e foi embora. Eu não demorei muito para perceber que ali, naquele exato momento, havia uma pessoa que amava por duas. Aquela pessoa era eu. Sabe, doeu muito nos primeiros meses, te apagar de mim não foi tão fácil quanto imaginava. É dificil esquecer um amor, principalmente quando ele é o primeiro, e quando se sabe que nenhum outro menino te fará sentir fora de si, essa capacidade pertence-o única e exclusivamente, e hoje eu posso dizer isso sem medo: doeu e dói até hoje.  Mas eu te tomei como lição, eu precisava descobri o que seria a vida depois de você. E ela não se mostrou  tão amarga para mim, quanto eu esperava que fosse. Mas de certeza, também não foi tão doce. Fui forte, mantive o equilíbrio e continue andando. Nas conquistas mais importantes da minha vida não era você que estava presente. Agora, depois de tanto tempo, depois de ter tido a tola certeza que você estava bem cicatrizado,  você me volta com o sorriso mais lindo do mundo e essa cara de menino carente. Dizendo que mudou, que nunca nem sequer por um segundo me esqueceu e que sempre me amou. Promete mover céus e terra, para me ter novamente ao teu lado. E eu com essa cara de babaca, tentando acreditar em cada palavra que saí dessa tua boca, e que juntamente me palpita o peito.
  O que você ainda não sabe, é que você é o meu ponto fraco. Que por mais que eu tente fugir, a minha estrada sempre vai se encontrar com a tua. Por mais que eu ache que o passado, sempre vai voltar para nos perturbar, eu sinto que a cada segundo ao teu lado valerá a pena. Então, promete cuidar bem de mim, que eu prometo me permitir. Fica acertado assim, tá bom? Como diria o Nando Reis: estranho seria se eu não me (re)apaixonasse por você.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Concluindo uma ligação.





   Eu poderia ter chorado, implorado para você não parti naquela tarde. Juro que essa vontade existiu e gritava dentro do meu peito. Eu podia ter agido loucamente e impedido que você fosse. Eu poderia ter  feito você olhar para trás e sentir vontade de tentar mais uma vez. Nem que fosse a última. Eu teria essa capacidade. Mas isso não seria amor. E paixão meu bem, é sentimento de burguês. Sentimento de propriedade privada, que além de ser utópico e irreal, dura pouco. E eu sempre clamei por liberdade, pela certeza de que tudo que é verdadeiro volta e fica. Não que eu esteja te esperando, só acredito que nada acabou entre a gente, porque nem sequer ainda aconteceu. Por fim, permita-me admitir que você foi tudo, menos fugaz. Mas você se foi.


sábado, 5 de fevereiro de 2011

La fin de l'amour

      " A gente ainda se amava, só não se queria mais" essa frase dita por Lília Cabral, no filme Divã ecoou no meu cérebro por uns dias. Eu precisava admitir para mim mesma que aquela pseudo crise não iria acabar. Muito pelo contrário iria nos acabar. Eu ainda o achava o garoto mais interessante da minha lista de amigos do messenger, o mais engraçado e talvez o mais inteligente. E ele ainda conseguia deixar minha espinha arrepiada. Mas faltava algo, sabe? O frio na barriga já havia passado há um bom tempo,a ansiedade para escutar a sua voz ou vê-lo o mais breve possível também. Ele não era mais a última pessoa que eu pensava antes de dormir. E eu não precisava mais da sua mão para seguir, talvez eu nunca tenha precisado mesmo. Eu que sempre gostei de dar nome e justificar meus sentimentos, resolvi chamar aquela situação de um "amor saudável" . Isso me confortou por um tempo, mas não me bastou. E eu que sempre fui uma ariana convicta, não me deixei acomodar com o incômodo que insistia em permanecer no meu peito. Não era normal "amar" alguém, e se sentir atraída por cada menino novo que eu conhecia. Não, não era. Nem normal, nem mais amor. Foi assim então que eu vi os planos que eu havia feito para nós dois, saírem à francesa do meu coração. Foi assim que eu ouvi o passado e o futuro batendo na mesma porta e pedindo gentilmente um espaço qualquer nesse meu coração que mais parece uma pousada na beira da estrada. O nosso tão sonhado amor acabou da mesma maneira que começou: singelamente, com alguma dor apenas para dar certeza que ainda estávamos vivos!