sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ser ou não ser - Eis a questão!




        Aprendemos desde criança à comparar, é o bonequinho do coleguinha da classe é melhor que o seu, o cabelo da amiga é mais liso, e blá blá blá, a grama do vizinho é sempre mais, ou menos verde. E com essa mania de comparar, surgem os rótulos, os malditos rótulos. Se Ana usa saia curta, é piriguete. Se Joana usa roupas mais “arrumadas” e freqüenta alguns lugares caros, é burguesa, e se é burguesa é alienada. Se Carlos gosta de um rock nacional mais atual, é viado ou o que é pior, tem um péssimo gosto musical. O que eu vejo é que todas essas opiniões, não passam de falácias, ou seja argumentos sem nenhum fundamento. Acontece que o ser humano por ser demasiado egocentrista, acredita que os seus gostos particulares, que as suas opiniões e “verdade absolutas” que carregam são as mais adequadas, logo qualquer pessoa que não se comportar ou pensar da maneira do mesmo, vai ser taxada e rotulada de algo. Mas se caso contrário, se partilhar das mesmas opiniões, ganhará logo a empatia e a admiração. Pois é, aquele lance de “os opostos se atraem” também é uma falácia. O ser humano tende a se agrupar aos seus semelhantes, e isso também é uma forma de se auto-afirmar e de se confortar. Não critico isso, claro, eu também me agrupo com meus semelhantes, a minha maior crítica vai à crítica. Cara, o fato de você pensar X e fulaninho pensar Y , não te faz melhor que ele, pode até fazer, mas dentro da tua cabeça., apenas Todo mundo preza pela liberdade, mas a maioria das pessoas ferem a liberdade do outro de querer ao menos tentar ser ele mesmo. Nos preocupamos mais com a embalagem do que com o conteúdo, e pra mim, esse é um dos principais problemas da humanidade. Termino esse texto dizendo que amo ler filosofia, sou viciada em café, e ouço diariamente o melhor da MPB, mas nos finais de semana, não vai ser difícil você me encontrar dançando o TCHU TCHA TCHU TCHU TCHA. E as pessoas mais admiráveis que eu conheço também dançam o TCHU TCHA TCHU TCHU TCHA. E é esse fato que vai anular toda essência que carrego dentro de mim ? Me faz menos inteligente? Faça-me o favor, sejamos mais leves. O que somos de verdade, só se descobre na convivência, quando somos descascados e nos livramos das nossas camadas que eu chamo de “camadas dos reflexos sociais”. Somos muito mais as necessidades da alma, do que do corpo. Que sejamos mais para nós mesmos, e menos pros outros, porque se é verdade que todo mundo irá comentar algo positivo ou negativo sobre nós, que possamos então nos dar o luxo de sermos nós mesmos, e que possamos também, ler o livro antes de julgá-lo pela capa. E como diria meu poeta favorito: eu sei, eu sinto que somos um tanto bem maior. Ser essência, muito mais.

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