quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cadê você?

      Você me dá paz. É deliciosa a certeza de te ter, mesmo quando não estamos juntos, quando eu passo o dia na correria do trabalho, tendo que conciliar meus planos para o futuro com o presente. Juntando na mesinha de estudo do meu quarto os livros tirados da estante que gritam por mim, implorando para serem lidos. Os artigos científicos que eu preciso escrever, o curso de língua estrangeira que eu preciso concluir, os milhares de sms que a minha chefe manda, ordenando que eu adiante o trabalho. Tudo isso não me faz esquecer de você. Quando chego em casa, encontro a pia de pratos sujos, o gato com fome, a cama desarrumada, daí eu respiro fundo, fecho os olhos e o máximo que eu consigo fazer é tirar os meus sapatos, jogando-os em algum canto da sala junto com todo o meu material de trabalho, entrar no banheiro e nesse exato momento pensar em você. Como seria bom ver você com essas suas manias psicóticas de extrema organização, brigando porque esqueço a calcinha molhada pendurada no box do banheiro, recolhendo as minhas bagunças e resmungando que eu não tenho mesmo jeito. Que saudades de você. Do seu jeito britânico pontualíssimo e organizado de ser, das suas piadas inapropriadas, da sua carência demasiada. Que saudades de você, mas que dia corrido... Deito na cama, olho para o relógio, vejo que já passou das onze e que nessa altura do campeonato você estaria dormindo. Fico na ânsia de mandar uma mensagem, mas temo em te acordar. Então olho para os trabalhos acumulados, penso em terminá-los o mais rápido possível, para que junto com eles a semana acabe e eu possa te ter  e te ver de novo. E antes de adormecer por completo, fecho os olhos e tudo que eu desejo é te ter mais ao meu lado, nem que seja na hora de dormir. 









2 comentários: